sábado, 14 de junho de 2014

Descrição:


Quando vós voardes
tome esta mão,
leve-me,
Suspenda-me à qualquer
inóspito vazio cheio de vossa glória
Levita-me à vosso arranjo desarranjado
sobe, sobe, sobe, sobe
Eu Soube subir
escalando vossos gritos
de turbação contraposto por Antônimo
Para sentir o desvelo de vossas notas,
Subi
És para mim
o fim que ressurgirá
por toda eternidade de meu existir.

sábado, 15 de junho de 2013

Dois Acordes Acordam o Monstro



O homem perdido em suas certezas
Não vê com clareza e submerge no mar
Pobreza que vê na riqueza
Nobreza à avareza
servir-lhes o café
Senhores de nossa folia
Donos de nossos dias
Que ainda virão
Eles virão como um sonho
Sem cão e seu dono
Para lhe pegar

Estou com medo
Ele não para de me olhar
Pra onde eu vou, eu sei que ele vai está
Olha-me com o olhar
De quem sabe meus medos
Ele está mais mim
Do que eu mesmo
Meu sistema neural lhe reconhece
Pelas peças implantadas
E pelas minhas preces
Cativeiro no império do serrado
Ideologias raptadas
Do nosso cercado
Pelo pouco que oprime
Pelo muito que redimi
Pelo monstro que mostra minha cara
Pelo espelho que me deu
O ricocheteio do centeio
Iluminando toda minha fala

Olhares de vidro a espreita
Só pra ter certeza
Se tudo vai bem
Paranóia me ceda está bóia
Vou em cima à glória
Só pra respirar
Meu livro me livra da TV
Livre-me de você
a me teleguiar
Seus rádios e jornais infectados
Manipulam os meus dados
Só pra eu não jogar



sexta-feira, 3 de maio de 2013

O cara jaz

Preludiando o desespero
Noticiada pelo ardina
Como queima de arquivo
Como carne em oficina
Entregada como erro
Ao errante da esquina
Que com um dedo aponta a vida
Com o outro a extermina.

A Spica:Alpha de Virginis
No estandarte nacional
Um Estado de tão grande
Uma nação setentrional
Mas ainda tão distante
Fundo, profundo e discrepante
Vidro em redoma na voz que grita
E silencio ecoa injustiça.


Cruzou a ordem sem progresso
Não sei por que ela esta só lá
Não sei se por seu brilho
Ou apenas pra isolar
O El Dorado ainda esconde
Pelas curvas do horizonte
Reluzente e impregnante
A oficina, a morte, o homem.

Não entendemos este ponto
Que na nossa terra existam
Grilos cantando de outros cantos
Trópico europeu em contraponto
Justiça cega, subornável e fraca
Tem que haver um basta,
Mas não na vida de quem gasta
O pouco pra sobreviver.


O grilo no Pará canta:
Ceifa capataz
Na lápide foi escrito
Aqui, o cara jaz.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Ato Heroico


Faz-se qualquer canção
No espaço ou na guerra
Ilusão ou profissão
Profusão que se espera

No marco histórico
Num ato heroico
De um Estado laico
E o malaco da esquina

Que salve este dia
Que mova melodia
Que desprenda o mundo
Desta tecnologia

Desvire o avesso
Que siga com os tropeços
Que faça da voz lida
de uma vida esquecida

Porém qualquer desvio,
desencontro ao entendimento
O importante não importa
E pra rimar direi, lamento.

sábado, 15 de setembro de 2012

Tino Apócrifo

Das profundezas da superfície
Renasci da inerte morte
Que sorte, não morri!
Do alto subi para que o chão eu enxergasse,
Vivesse, entendesse tudo ali
Não há nada que o olho não sinta
Nada que coração não veja
Padecer do cunho amor,
É sobreviver sob o mesmo céu de todos,
Tolos perfeitos de grandeza igual e medíocre
Ocre para todos, sal para a vida,
Finita para nós
O grande e o pequeno homem
Padecem para a mesma morte da vida,
Vida da morte, longa e infinita
Assim vós sois, colossal e apócrifo,
Posto, suposto à toda humanidade
Que julga e condena a duras penas
Que provêm, jaz, do início do teu fim.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Égua, esqueci de lembrar!

Perdi minha péssima memória, entre lembranças distorcidas e esquecidas por mim, mas insistentemente lembrada com poucos detalhes por minha reminiscência, esqueço sempre o que quero lembrar e lembro sempre o que quero esquecer, então de que vale uma memória que não quer me lembrar de minhas lembranças? Pra que uma memória que não fotografa nem grava vídeos para que eu possa desfrutar depois? Posso até tentar ligar as coisas ou atender chamadas de meu inconsciente, mas sei que não estarei consciente pra ter consciência disso, se eu não ligar as coisas e nem atender esta chamada, com certeza, estarei ocupado com outras ligações que me ocupam.
Ah! Quase esqueci... Feliz Natal, cambada!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Q-u-e-b-r-a-c-a-b-e-ç-a

Quem sabe me dizer, quais são os sabores da vida, o simples fato do abstrato lhe tocar o rosto e lhe inebriar a alma de algo tão realmente cheio, quanto o vazio que realmente é, já é algo que a redundância já não me permite mais ratificar
Ah! Meus caros leitores, meus poucos leitores de meus esforços, queria eu em minha insanidade ainda calculada, sentir o sabor em meu paladar das coisas boas que a sensação pode provocar, queria eu poder viver algo tão bom e tão ruim, mas que fosse algo novo e real, uma nova sensação, uma nova emoção, não haverá problemas se for o extremo da fome, do frio, do medo, da saudade, da euforia, quiçá até do desconhecido amor e sua maldade, pois tudo que é comum a vida, mas não é comum a nós, se torna novo e apropriado.
A discrepante discordância entre eu e mim mesmo é gritante e ecoa nas mentes críticas que me lêem nas linhas por mim escritas, mas também pouco me importo ou me importo, mas isso não importa, pois é só o incomodo do incomodado, deixemos este de lado pra falar novamente das sensações, mas antes de continuar, digo, que o que foi dito acima ainda sim segue a linhagem dessa proposta. Sensações expostas bem como minhas dúvidas, contradições e incertezas, às vezes me vejo aqui e outras lá no contraponto de onde estou, vejo meu braço levantar, minhas pernas seguirem o novo passo, mesmo que seja o de ontem, mas já é diferente por ter sido ontem, nunca seqüenciamos os mesmos exatos passos, podem haver mínimas novidades, mas sempre há. Quem irá discordar que na vida sempre há uma questão ainda não resolvida, na vida antes de seu fim, nunca há fim e sim intermitências de sua própria subseqüência.
Texto inapropriado para o apropriado apropriar-se, sem pés, mãos ou cabeça eu o chamo de Quebra-cabeça, que você meu leitor, ira montar sem espelho do autor, mas encontre em você o reflexo desse imbróglio e entenda-o da forma que lhe for conveniente e o coloque depois numa moldura límpida e simples de se vê.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vívida vida

Minha vívida vida insolúvel
Os meus passos mais longos e apressados
Me levaram pra onde me separam
Do teu peito de angústia acelerada
Uma linha seguida mal traçada
Duas vidas perdidas desencontradas
Pra onde se foge e se acha
Tudo aquilo que não se queria encontrar
Mas já vale a caminhada
Porque qualquer busca já pela vida é significada
Não, não vai, fica aqui!
Pedido egoísta quase sempre visto como amor, amizade ou até proximidade
Prende-nos e nos envaidece
Não vai e fica onde o outro quer!
Mas o que você quer tá lá, te esperando parado, ou não.
Pode ser em bangladesch, México ou até Bagdá
O importante é que você possa tentar,
Experimentar as pernas e os braços
Que eles te servirão
Como lemes e hélices
Para que sua navegação seja longa;
Sua direção esteja pronta
Mas não apronte
Siga seu melhor horizonte.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Solidificação do incomodo abstrato (separação dos Amantes)

Cama, mesa e banho, todos esses lembrados em atacados pela memória distraída, distorcida e contorcida pelas lembranças felizes de um tempo no qual sempre se quis que nunca se chegasse ao fim, por fim chegou e devastou muitas coisas que às vezes pareciam ser inatingíveis, às vezes parece que a alma tem algo que sangra como o corpo, às vezes a tristeza tem algo que dói como a matéria , ou seja, a separação dos amantes tem algo que chega muito próximo da dor física quando se sucede.
Cada caso há um acaso propenso pelas legitimidades da vida, pela severidade da justiça da existência, sofrimento merecido? Não se sabe! Não se sabe nem se todo sofrimento é para ser depreciado ou louvado, sabemos o que sentimos, muito pouco além disso, mas existem propósitos que excedem a nossa vã bagagem de conceitos e achismos tão comuns de nossa natureza, por isso nem sempre conseguimos vislumbrar o real intento do sofrimento.
Cama, mesa e banho, palco de sensações comumente humanas e animalescas, sensação de euforia, amor, alegria num só quadrado, dado de um a outro involuntário e egocentricamente, mas que parece em alguns momentos tão generosos que chega a ser sublime e verdadeiramente o que parecer ser, parecer e não ser ou é melhor ser e não parecer? Enfim... Não tenho muita certeza se devo ter alguma certeza em relação a isso, mas sinto como todos sentem, ou não.
Todas essas coisas martirizarão os dias, meses, às vezes anos vindouros que se darão pelo fim do tempo dividido intensamente por ambos e a discrepância dos dois momentos a ser vivido será gritante como um grito de dor que a alma e o corpo em comum acordo se encontram e declaram o sofrimento e o rompimento da paz e aconchego da relação.
Simbiose desfeita, só nos resta seguir o processo da vida, condenada várias vezes a várias sentenças, umas boas outras ruins, de certo é que sempre na mesma relação o final é diferente pra cada uma das partes, mas sempre cada um seguindo com seu curso natural de quedas e levantadas.
É quando a alma sofre que sentimos como se o abstrato da dor da alma se solidificasse e nos sangrasse a carne.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Letra/Música/Pensamento/Eloquência.



Temos que deixar de sermos tão ícones de sí e olharmos um pouco a diante de nós mesmos.




A FARTURA DOS MISERÁVEIS


Na barriga de vento
Com um buraco cavado a ar
A refeição é o intento
Do menino que já vai chegar

Olha a tempestade do medo
Chegando para os sofridos
Que olham para o céu anunciando
Que sonhos serão demolidos

Na ausência sem procedência
Na audiência sentenciada
Pelos homens amargos
A falta de ter foi condenada

Mastigado pela fome
Condenado pela desgraça
Presentemente ao seu lado
O caçador a procura da caça

Traqueia sem passagem de ar
Infame vida sem lar
Ele come a causa
Pra fome a cabeça enganar

Dor pra que ver tanta
No olhar de uma criança
O homem não quer ser
Ele só quer ter...esperança.

Por fim de minha insistência
Vou dizer com minha eloqüência
Dê-me Deus algo que me esqueça
Algo como a demência.


Minha autoria...comentem!!!