sexta-feira, 3 de maio de 2013

O cara jaz

Preludiando o desespero
Noticiada pelo ardina
Como queima de arquivo
Como carne em oficina
Entregada como erro
Ao errante da esquina
Que com um dedo aponta a vida
Com o outro a extermina.

A Spica:Alpha de Virginis
No estandarte nacional
Um Estado de tão grande
Uma nação setentrional
Mas ainda tão distante
Fundo, profundo e discrepante
Vidro em redoma na voz que grita
E silencio ecoa injustiça.


Cruzou a ordem sem progresso
Não sei por que ela esta só lá
Não sei se por seu brilho
Ou apenas pra isolar
O El Dorado ainda esconde
Pelas curvas do horizonte
Reluzente e impregnante
A oficina, a morte, o homem.

Não entendemos este ponto
Que na nossa terra existam
Grilos cantando de outros cantos
Trópico europeu em contraponto
Justiça cega, subornável e fraca
Tem que haver um basta,
Mas não na vida de quem gasta
O pouco pra sobreviver.


O grilo no Pará canta:
Ceifa capataz
Na lápide foi escrito
Aqui, o cara jaz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário