segunda-feira, 19 de julho de 2010

Solidificação do incomodo abstrato (separação dos Amantes)

Cama, mesa e banho, todos esses lembrados em atacados pela memória distraída, distorcida e contorcida pelas lembranças felizes de um tempo no qual sempre se quis que nunca se chegasse ao fim, por fim chegou e devastou muitas coisas que às vezes pareciam ser inatingíveis, às vezes parece que a alma tem algo que sangra como o corpo, às vezes a tristeza tem algo que dói como a matéria , ou seja, a separação dos amantes tem algo que chega muito próximo da dor física quando se sucede.
Cada caso há um acaso propenso pelas legitimidades da vida, pela severidade da justiça da existência, sofrimento merecido? Não se sabe! Não se sabe nem se todo sofrimento é para ser depreciado ou louvado, sabemos o que sentimos, muito pouco além disso, mas existem propósitos que excedem a nossa vã bagagem de conceitos e achismos tão comuns de nossa natureza, por isso nem sempre conseguimos vislumbrar o real intento do sofrimento.
Cama, mesa e banho, palco de sensações comumente humanas e animalescas, sensação de euforia, amor, alegria num só quadrado, dado de um a outro involuntário e egocentricamente, mas que parece em alguns momentos tão generosos que chega a ser sublime e verdadeiramente o que parecer ser, parecer e não ser ou é melhor ser e não parecer? Enfim... Não tenho muita certeza se devo ter alguma certeza em relação a isso, mas sinto como todos sentem, ou não.
Todas essas coisas martirizarão os dias, meses, às vezes anos vindouros que se darão pelo fim do tempo dividido intensamente por ambos e a discrepância dos dois momentos a ser vivido será gritante como um grito de dor que a alma e o corpo em comum acordo se encontram e declaram o sofrimento e o rompimento da paz e aconchego da relação.
Simbiose desfeita, só nos resta seguir o processo da vida, condenada várias vezes a várias sentenças, umas boas outras ruins, de certo é que sempre na mesma relação o final é diferente pra cada uma das partes, mas sempre cada um seguindo com seu curso natural de quedas e levantadas.
É quando a alma sofre que sentimos como se o abstrato da dor da alma se solidificasse e nos sangrasse a carne.

Um comentário:

  1. Amei amigo!!!!
    é a sua cara e tem acima de tudo a sua essencia; Esse não sei que de indignação que vc carrega com vc.
    Queria te dizer que só se separa quem quer. Voce vai morar um pouco mais longe mas estará presente nesta e em outras manifestações.
    Não esqueça dos amigos tá?
    bjussss
    Léia

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